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Três anos de prisão para 32 pessoas na Costa do Marfim por participarem em protesto

Três anos de prisão para 32 pessoas na Costa do Marfim por participarem em protesto

Abidjan, 22 out 2025 (Lusa)- Trinta e duas pessoas foram condenadas a três anos de prisão na Costa do Marfim por participarem nos protestos de 11 de outubro, proibidos pelas autoridades, avança hoje a agência de notícias Efe.

A condenação ocorre a poucos dias da realização das eleições presidenciais de sábado, marcadas pela exclusão dos dois principais candidatos da oposição.

Segundo noticiaram os meios de comunicação locais na terça-feira à noite, 40 detidos compareceram perante a Justiça e afirmaram que se encontravam na rua quando os factos ocorreram, mas que não participaram expressamente nas marchas em Abidjan, capital económica da Costa do Marfim.

As manifestações desse dia, dispersadas pela polícia com cargas e gás lacrimogéneo, foram inicialmente convocadas pela Frente Comum, uma aliança das duas principais formações da oposição do país: o Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI, em francês) e o Partido dos Povos Africanos da Costa do Marfim (PPA-CI).

Embora os partidos tenham cancelado a convocatória após ter sido proibida pelas autoridades, os apelos nas redes sociais para sair às ruas mantiveram-se, sob o lema "Pela democracia, justiça e paz".

Segundo a Efe, os agentes detiveram dezenas de pessoas suspeitas de serem manifestantes, embora estas se misturassem com os transeuntes.

Desde então, cerca de 700 pessoas foram detidas em vários pontos do país por atos semelhantes, segundo o Ministério Público.

Destas, 50 foram já condenadas na quinta-feira passada a três anos de prisão por "perturbação da ordem pública".

Nesta terça-feira, o tribunal aceitou apenas as explicações de oito dos acusados e declarou os demais culpados da mesma acusação, destacando que “a liberdade de manifestação não deve ser confundida com desordem”.

A tensão tem aumentado no país à medida que as eleições se aproximam, com a imposição, na semana passada, de uma proibição de dois meses sobre comícios e manifestações políticas de todos os partidos, exceto os dos cinco candidatos oficialmente autorizados a concorrer às eleições.

Entre eles não se encontram, após a sua exclusão do recenseamento eleitoral, os dois principais candidatos da oposição: o ex-diretor executivo do banco suíço Crédit Suisse Tidjane Thiam, do PDCI, e o ex-Presidente Laurent Gbagbo (2000-2011), do PPA-CI.

Por seu lado, o Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, de 83 anos, formalizou em julho a sua candidatura pela União dos Houphouëtistas pela Democracia e a Paz (RHDP).

No poder desde 2010, Ouattara já exerce um controverso terceiro mandato, apesar do limite constitucional de dois mandatos presidenciais.

Os seus apoiantes sustentam, no entanto, que a reforma constitucional de 2016 reiniciou a contagem e permite a recandidatura.

As eleições presidenciais estão marcadas para este Sábado, 25, contando com a presença de mais de cem observadores eleitorais da CEDEAO, da União Africana e outras Organizações internacionais.

Cvsports Jogo Limpo com Lusa

 

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