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Desporto - Justiça

Procurador mostra fotografia de Maradona minutos após ter morrido

Procurador mostra fotografia de Maradona minutos após ter morrido SCBA/YouTube


O procurador do caso que investiga a morte do antigo futebolista argentino Diego Armando Maradona mostrou esta terça-feira em tribunal uma fotografia do antigo futebolista numa cama minutos após a sua morte, durante o primeiro dia do julgamento.
“Maradona morreu assim. Quem disser a vocês, juízes, que não perceberam o que estava a acontecer com Diego está a mentir na vossa cara se não disserem que participaram num assassinato”, afirmou Patricio Ferrari, exibindo uma fotografia em que é possível ver o antigo futebolista bastante inchado.
Sete profissionais de saúde que faziam parte da equipa médica do ex-jogador quando este morreu, em 2020, estão a ser julgados por homicídio simples com dolo eventual por parte do Departamento de Justiça da Argentina.
Diego Maradona morreu aos 60 anos, por “insuficiência respiratória e paragem cardíaca”, mas os promotores identificaram uma situação de “desamparo” e de “abandono” por parte da equipa médica. Segundo a acusação, o antigo craque deveria ter recebido cuidados intensivos em casa, mas em vez disso foi “abandonado à sua própria sorte”.
Em 2021, uma comissão médica criada pela Justiça argentina concluiu que o atendimento a Maradona foi “inadequado, deficiente e imprudente” e que a morte poderia ter sido evitada, mas que o deixaram morrer após “12 horas de agonia”. O ex-jogador recuperava, na altura, de uma cirurgia para retirar um hematoma na cabeça, mas não quis continuar internado na clínica, apesar de sofrer de problemas renais, hepáticos, cardíacos e neurológicos, tendo a equipa médica concordado com o internamento domiciliário.
O internamento domiciliário, acusam os promotores, foi “indigna”, tendo sido improvisado numa casa sem as condições necessárias. Os profissionais de saúde também foram acusados de omissões e de tentarem manter a família de Maradona afastada.
A lista dos sete acusados inclui o médico pessoal de Maradona, o neurocirurgião Leopoldo Luque, assim como um médico clínico, um psiquiatra, um psicólogo, uma médica coordenadora do plano de saúde, um coordenador de enfermeiros e um enfermeiro. Uma oitava acusada, uma enfermeira, será julgada separadamente, noutro processo, a partir de julho.
As audiências devem estender-se até julho, com 120 testemunhas, entre os quais familiares, amigos, médicos, peritos e jornalistas que deverão depor no Tribunal de San Isidro, a cerca de 30 quilómetros de Buenos Aires.
No primeiro dia de julgamento marcaram presença no local Veronica Ojeda, ex-namorada de Maradona, e Dalma e Jana Maradona, filhas do malogrado futebolista.

Com DN
 

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