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PM de transição guineense diz que “ninguém tem medo de sanções” da CEDEAO

PM de transição guineense diz que “ninguém tem medo de sanções” da CEDEAO

 O primeiro-ministro do governo de transição na Guiné-Bissau, Ilídio Vieira Té, afirmou hoje que “ninguém tem medo das sanções” anunciadas pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) e admitiu cooperação com a organização.

Vieira Té reagiu, em resposta a perguntas dos jornalistas a que a Lusa teve acesso através das redes sociais, a ameaças anunciadas durante a conferência de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO em relação ao processo político guineense.

A organização, reunida no último domingo na Nigéria, ameaçou impor sanções específicas a todos os indivíduos ou grupos de pessoas que obstruem o retorno à ordem constitucional por meio de um processo inclusivo.

“Ninguém tem medo das sanções (…) somos cidadãos nacionais, conscientes, sabemos o que estamos a fazer”, declarou o primeiro-ministro de transição guineense, lembrando que o país é membro fundador da CEDEAO.

Ilídio Vieira Té salienta, contudo, que ainda não recebeu o comunicado final da cimeira, mas adianta que ninguém, entre os elementos das autoridades de transição, está interessado em obstaculizar o processo político, conforme sugerido pela CEDEAO.

O primeiro-ministro de transição defendeu que as atuais autoridades apenas pretendem trabalhar para que o país “siga o seu curso normal, dentro de acalmia”.

A Guiné-Bissau está suspensa da CEDEAO, assim como de outra organização regional, a União Africana, consequência do golpe de Estado em 26 de novembro, quando um Alto Comando Militar tomou o poder, destituiu o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspendeu o processo eleitoral.

O Conselho de Ministro da Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também recomendou aos chefes de Estado a suspensão do país naquela organização.

As eleições gerais, presidenciais e legislativas, tinham decorrido sem incidentes, mas na véspera da divulgação dos resultados oficiais, um tiroteio em Bissau antecedeu a tomada do poder pelo Alto Comando Militar que nomeou o Presidente de transição, o general Horta Inta-A.

O general anunciou que o período de transição terá a duração máxima de um ano e nomeou como primeiro-ministro e ministro das Finanças Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló.

Um novo Governo de transição foi, entretanto, empossado, com nomes do executivo deposto e cinco militares entre os 23 ministros e cinco secretários de Estado.

No golpe, o líder do PAIGC, Simões Pereira, foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

C/Lusa

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