O Vulcão do Fogo é atração turística. Faz hoje 9 anos da última erupção
O Vulcão do Fogo representa um dos atrativos turísticos mais significativos de Cabo Verde. Classificada como uma das 7 Maravilhas Naturais de Cabo Verde. Num dia como hoje, 23 de novembro, há nove anos, esse vulcão entrou em erupção e atividade vulcânica durou 77 dias. Em Chã das Caldeiras, onde situa o majestoso Vulcão do Fogo, é um dos poucos locais em Cabo Verde onde é possível o cultivo da vinha e a produção de vinho.
Situado no topo da ilha numa grande caldeira, o Pico do Vulcão do Fogo é o ponto mais alto do país, atingindo 2.829 metros de altitude. Além de ser procurado por amantes de do montanhismo e da natureza, o local atrai também pesquisadores, vulcanologistas, geólogos e os próprios cabo-verdianos que almejam alcançar o ponto mais alto de Cabo Verde.
A última erupção vulcânica ocorreu no dia 23 de novembro de 2014. A erupção teve início por volta das 9h45 de uma manhã, de domingo. Na madrugada que antecede o evento eruptivo, a cidade de Cova Figueira, capital do município de Santa Catarina na ilha do Fogo, celebrava seu santo padroeiro com o anual Festival de Música Nha Santa Catarina, que contava com artistas de renome. Simultaneamente, vários abalos sísmicos foram registrados na área de Chã das Caldeiras, onde se encontra o único vulcão ativo com erupções históricas no país.
A erupção de 2014 foi precedida por sismos de forte intensidade. Essa atividade eruptiva, classificada como do tipo estromboliano, iniciou-se com uma fase explosiva caracterizada pela liberação de gases e piroclastos (cinzas), seguida pela emissão de lavas.
Geralmente, as erupções vulcânicas não ocorrem sem avisos prévios. Nesta erupção de 2014, os abalos sísmicos foram sentidos a partir de 20 de novembro, persistindo até minutos antes do início da erupção. Localidades como Chã das Caldeiras, em 20 de novembro, e Cova Figueira, em 21 de novembro, testemunharam os sismos. Mais intensos abalos foram registrados em Chã das Caldeiras em 22 de novembro, por volta das 20h, e em 23 de novembro, às 01h.
A queda de cinzas afetou diversas localidades, incluindo Chã das Caldeiras, São Filipe, Cova Figueira, Patim, Monte Grande, bem como as ilhas Brava e São Vicente.
A erupção de 2014 perdurou por 77 dias, encerrando sua atividade vulcânica em 8 de fevereiro de 2015. Durante esse período, as localidades de Portela, Bangaeira e Ilhéu de Losna foram destruídas.
Apesar dos consideráveis danos materiais, financeiros e sociais, não houve registo de perdas humanas nessa erupção.
A erupção vulcânica desencadeou uma onda de solidariedade, tanto nacional quanto internacional, para as 929 pessoas evacuadas de Chã das Caldeiras, representando 266 famílias.
A penúltima erupção datou de 2 de abril de 1995, às 22h, também em um domingo. No século XX, ocorreram três erupções esporádicas no Fogo, em 12 de junho de 1951 e em 1909, sendo a última vez que as cinzas atingiram a ilha do Maio.
Ao longo dos séculos, desde o povoamento da ilha no final do século XV, registros indicam atividade na chaminé central, persistindo de forma mais ou menos contínua até meados do século XVIII. Desde então, a atividade vulcânica tem sido esporádica, com apenas três erupções neste século: em 1909, 1951 e abril de 1995.
Nos últimos 500 anos, o Vulcão do Fogo testemunhou pelo menos 29 erupções, conforme informações do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), entidade responsável pelo monitoramento das atividades sísmicas e vulcânicas em Cabo Verde.
A ilha do Fogo, a quarta maior de Cabo Verde, abrange uma área de 476 quilômetros quadrados, dividida entre os concelhos de São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina.